Os chás podem trazer muitos benefícios para o nosso corpo – tanto para a saúde física quanto a mental. Hoje, vamos falar de um chá específico: o de gengibre com limão! Você já experimentou?
O gengibre, marcado por seu sabor ardido, é utilizado em todo o mundo como condimento na culinária. Na saúde, ele é um velho conhecido: as medicinas tradicionais do Oriente Médio ¹ e da Índia usam o gengibre para diferentes fins há séculos. Na Ayurveda ², medicina tradicional indiana, o gengibre era utilizado no combate à doenças cardíacas e redução do colesterol e tratamento de reumatismo ³. Já na medicina árabe, o gengibre era considerado um afrodisíaco.
O fato é que, ao juntarmos o gengibre com o limão, além de um delicioso chá, você está fazendo muito bem para o seu corpo! Veja só os benefícios:
Previne o envelhecimento da pele
É bem óbvio, mas quando estamos bebendo chá, também estamos bebendo água – e, com isso, nos mantendo hidratados! Muitas pessoas esquecem de tomar a quantidade de água adequada ao longo do dia. Mas, beber água é fundamental ⁴ para o bom funcionamento de órgãos como rins, intestino e coração, além de evitar o envelhecimento da pele ⁵.
Outros chás que nos ajudam a prevenir o envelhecimento da pele são:
- O Chá Verde: pois ele contém compostos polifenólicos que tem ação antioxidante ⁶. Assim, esses fitoquímicos reagem com espécies reativas de oxigênio e macromoléculas biológicas, para neutralizar os radicais livres ⁷ que danificam nossa pele. O extrato de chá verde também é amplamente utilizado na produção de cosméticos.
- Chá Mate: entre outros benefícios, a Erva Mate previne os efeitos adversos causados pela radiação UV, por meio da redução do dano oxidativo ⁸, mantendo nossa pele saudável.
- Chá de Capim-Limão: além de delicioso e relaxante, apresenta efeito antioxidante e anti-inflamatório ⁹ .
Alivia os sintomas da prisão de ventre
Hoje a medicina aponta que um dos nossos órgãos mais importantes é o intestino. Além de conter neurônios, ele desempenha funções importantes na absorção de nutrientes e até mesmo no nosso humor ¹⁰. Doenças inflamatórias no intestino, inclusive, são responsáveis por quadros de queda de cabelo ¹¹ .
Um problema muito comum que afeta a saúde do intestino é a prisão de ventre. Em adição de uma dieta pobre em fibras, a desidratação pode ser uma das causas da constipação ¹². Por isso, novamente, o chá pode nos ajudar a nos manter hidratados, o que facilita as fezes a passarem pelo trato digestivo.
Ajuda na indigestão
Por vezes, comer muito tarde pode nos dar indigestão e atrapalhar o nosso sono. Tomar chá de gengibre com limão antes de ir dormir. O gengibre alivia o estômago, enquanto o limão ajuda na digestão, pois contém limoneno ¹³ – uma substância que estimula a movimentação do alimento ao longo do trato digestivo.
Mas cuidado! O excesso no consumo diário de gengibre (mais de 2g) pode causar dores de estômago. Se sentir qualquer desconforto, reduza a quantidade de gengibre na preparação do seu chá, ou corte ele em pedaços maiores, para evitar que ele fique com um sabor tão intenso.
Pode reduzir e aliviar náuseas
Assim como registrava a medicina tradicional indiana, o gengibre pode ser usado para aliviar náuseas ¹³ – inclusive por mulheres grávidas ¹⁴ ou pacientes de câncer que estão passando por quimioterapia ¹⁵ – embora não previna os vômitos. O gingerol, substância encontrada no gengibre, é apontado como responsável por esse efeito anti-náusea.
O chá de gengibre com limão pode ser indicado para grávidas, mas é importante que a gestante procure seu ginecologista de confiança para saber se, para sua gravidez, não haverá problema em consumi-lo. A gravidez é um período que requer muito cuidado, por isso temos que estar atentas a tudo.
Pode reduzir a congestão nasal e dor de garganta
Tomar um chá quentinho, assim como uma sopa, por exemplo, ajuda a reduzir a congestão nasal ¹⁶, pois o vapor do chá ajuda a abrir as cavidades nasais e a limpar o nariz. A ingestão de água quente ainda ajuda a aliviar a dor de garganta ¹⁶ .
Tem ação anti-inflamatória
O gengibre pode ajudar no combate a inflamações devido ao gingerol, que tem ação anti-inflamatória. Sua ação foi estudada por pesquisadores dinamarqueses ³, que analisaram pacientes que sofriam de artrite reumatoide, osteoartrite ou desconforto muscular.
A depender do quadro, os pacientes consumiram gengibre entre três meses a dois anos e meio. Os pesquisadores observaram que 75% das pessoas com artrite estudada experimentaram, em diferentes graus, alívio da dor e de inchaços. Já entre os pacientes com desconforto muscular, todos sentiram alívio da dor.
Para osteoartrite no joelho, um estudo norte-americano ¹⁷ testou o uso de gengibre durante dois meses em 247 pacientes avaliáveis com a doença. Os pacientes foram divididos em dois grupos: um utilizava gengibre e o outro placebo duas vezes ao dia. O percentual de indivíduos que apresentaram uma redução da dor no joelho ao levantar e caminhar durante esse período foi maior no grupo que utilizou o gengibre no tratamento.
Te ajuda a relaxar
Beber um chá quentinho a noite pode te ajudar a relaxar depois de um dia cansativo de trabalho. Muitos adultos sofrem com problemas para dormir ¹⁸ . Criar hábitos relaxantes à noite podem te ajudar a melhorar o seu sono: ler um livro, ficar longe do celular, tomar um banho e beber um chá são alguns exemplos.
O chá de gengibre com limão não te deixa propriamente com sono, mas te ajuda a relaxar e acalmar, principalmente ao ferver a casca de limão, que passa a exalar seu óleo essencial. Uma boa dica é, junto com a sua xícara de chá, praticar alguns minutos de atenção plena ¹⁹ , que te ajuda a processar emoções negativas e estar mais presente.
Mas cuidado! Não exagere na quantidade de chá, pois isso pode fazer com que você tenha que urinar de madrugada, interrompendo seu sono. Por isso, o ideal é tomar o chá entre uma e duas horas antes de se deitar.
Receita
Gostou dos benefícios do chá de gengibre com limão? Então anota essa receita super prática:
Ingredientes (para 1 pessoa):
- 1 pedaço de cerca de 2cm de gengibre fresco descascado;
- ½ limão com casca cortado em pedaços médios;
- 1 copo de água;
- mel ou outra forma de adoçar de sua preferência.
Modo de Preparo:
- Misture o gengibre, o limão e a água em uma panela e deixe ferver por cerca de 10 minutos;
- Caso queira pronunciar o gosto, rale ou corte o gengibre em pedaços menores. Da mesma forma, raspe a casca do limão se quiser acentuar seu gosto;
- Deixe esfriar. Acrescente o mel ou outra forma de adoçar.
Seu chá está pronto! E junto com ele, todos esses benefícios para a sua saúde! É importante ressaltar que o gengibre atua como anticoagulante. Por isso, se estiver tomando um medicamento anticoagulante ou tiver algum distúrbio hemorrágico, seu consumo não é indicado. Lembre-se sempre de consultar seu médico antes.
E aí, está pronta para colocar o chá de gengibre com limão na sua rotina?
¹ KHODAIE, Laleh; SADEGHPOOR, Omid. Ginger from ancient times to the new outlook. Jundishapur journal of natural pharmaceutical products, v. 10, n. 1, 2015.
² MOGHADDASI, Mohammad Sharrif; KASHANI, Hamed Haddad. Ginger (Zingiber officinale): A review. Journal of Medicinal Plants Research, v. 6, n. 26, p. 4255-4258, 2012.
³ SRIVASTAVA, K. C.; MUSTAFA, Thikra. Ginger (Zingiber officinale) in rheumatism and musculoskeletal disorders. Medical hypotheses, v. 39, n. 4, p. 342-348, 1992.
⁴ GANDY, Joan. Water intake: validity of population assessment and recommendations. European journal of nutrition, v. 54, n. 2, p. 11-16, 2015.
⁵ PARK, Sunmin; KANG, Suna; LEE, Woo Jae. Menopause, Ultraviolet Exposure, and Low Water Intake Potentially Interact with the Genetic Variants Related to Collagen Metabolism Involved in Skin Wrinkle Risk in Middle-Aged Women. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 18, n. 4, p. 2044, 2021.
⁶ KATIYAR, Santosh K.; ELMETS, Craig A. Green tea polyphenolic antioxidants and skin photoprotection. International journal of oncology, v. 18, n. 6, p. 1307-1313, 2001.
⁷ HSU, Stephen. Green tea and the skin. Journal of the American Academy of Dermatology, v. 52, n. 6, p. 1049-1059, 2005.
⁸ BINIC, Ivana et al. Skin ageing: natural weapons and strategies. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, v. 2013, 2013.
⁹ OLORUNNISOLA, S. K. et al. Biological properties of lemongrass: An overview. International Food Research Journal, v. 21, n. 2, p. 455, 2014.
¹⁰ GOODHAND, JR1 et al. Mood disorders in inflammatory bowel disease: relation to diagnosis, disease activity, perceived stress, and other factors. Inflammatory bowel diseases, v. 18, n. 12, p. 2301-2309, 2012.
¹¹ PATEL, Kamal V. et al. Hair loss in patients with inflammatory bowel disease. Inflammatory bowel diseases, v. 19, n. 8, p. 1753-1763, 2013.
¹² SHARMA, Amol et al. diagnosis, management and patient perspectives of the spectrum of constipation disorders. Alimentary Pharmacology & Therapeutics, v. 53, n. 12, p. 1250-1267, 2021.
¹³ KLIMEK-SZCZYKUTOWICZ, Marta; SZOPA, Agnieszka; EKIERT, Halina. Citrus limon (Lemon) phenomenon—a review of the chemistry, pharmacological properties, applications in the modern pharmaceutical, food, and cosmetics industries, and biotechnological studies. Plants, v. 9, n. 1, p. 119, 2020.
¹⁴ VILJOEN, Estelle et al. A systematic review and meta-analysis of the effect and safety of ginger in the treatment of pregnancy-associated nausea and vomiting. Nutrition journal, v. 13, n. 1, p. 1-14, 2014.
¹⁵ KONMUN, J. et al. A phase II randomized double-blind placebo-controlled study of 6-gingerol as an anti-emetic in solid tumor patients receiving moderately to highly emetogenic chemotherapy. Medical Oncology, v. 34, n. 4, p. 1-10, 2017.
¹⁶ SANU, A.; ECCLES, Ronald. The effects of a hot drink on nasal airflow and symptoms of common cold and flu. Rhinology, v. 46, n. 4, p. 271, 2008.
¹⁷ ALTMAN, Roy D.; MARCUSSEN, K. C. Effects of a ginger extract on knee pain in patients with osteoarthritis. Arthritis & Rheumatism, v. 44, n. 11, p. 2531-2538, 2001.
¹⁸ KUPFER, David J.; REYNOLDS, Charles F. Management of insomnia. New England Journal of Medicine, v. 336, n. 5, p. 341-346, 1997.
¹⁹ STEFFEN, Patrick R.; AUSTIN, Tara; DEBARROS, Andrea. Tratando o estresse crônico para abordar o problema crescente de depressão e ansiedade: biofeedback e atenção plena como medidas preventivas simples e eficazes. Insights de Política das Ciências Comportamentais e do Cérebro , v. 4, n. 1, pág. 64-70, 2017.
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