Para quem sofre com isso, a aparência do melasma pode ser bem desagradável – a ponto de afetar a autoestima e a qualidade de vida ¹ da pessoa. Porém, o que muita gente não sabe é que a mudança de pequenos hábitos na nossa rotina podem ajudar a prevenir ou evitar o escurecimento de um melasma pré-existente.
Computador, notebook, televisão, celular. Hoje, é muito difícil imaginar uma vida sem essas telas, que estão espalhadas em todos os lugares. Já imaginou passar uma semana sem seu celular? Parece quase impossível.
Mas será que ficarmos tanto tempo conectados às telas pode prejudicar a saúde da nossa pele e piorar o melasma? Vamos descobrir!
O que é o melasma?
O melasma é um distúrbio comum de hiperpigmentação ² da pele, que envolve principalmente áreas expostas ao sol no rosto, como bochechas, testa, nariz e queixo, e também do pescoço e braços.
A hiperpigmentação consiste na presença de manchas ¹ na pele, que variam de coloração mais clara até o marrom escuro, com disposição simétrica (em ambos os lados do rosto) e bordas irregulares.
Os melasmas são mistos ¹, isto é, a pigmentação afeta tanto a epiderme como a derme. No entanto, não causam nenhum dano físico à pele. Mesmo sendo apenas uma questão estética, merece atenção, pois sua aparência pode prejudicar o bem estar e gerar constrangimento em quem sofre com isso.O melasma é adquirido ao longo da vida e afeta principalmente mulheres³, mas homens também podem apresentar esse quadro. Entre as grávidas, 30%¹ podem vir a desenvolver melasma durante a gestação. Muitos fatores estão envolvidos em sua causa.
O que causa o melasma?
As causas do melasma não estão totalmente esclarecidas. Frequentemente, atribui-se a causa do melasma a uma estimulação dos hormônios femininos ¹ em pessoas cujas características genéticas têm uma predisposição a desenvolver as manchas.
Por isso, a gravidez, o uso de pílulas anticoncepcionais e outros tratamentos com hormônio podem desencadear o surgimento do melasma.
Outra hipótese é que o melasma é um distúrbio do fotoenvelhecimento ¹. Ou seja, a exposição ao sol ao longo do tempo, especialmente a luz visível e aos raios UVA, afetam os melanócitos, células responsáveis por controlar a pigmentação.
O distúrbio não se limita aos melanócitos. A exposição ao sol também contribui com a elastose solar, aumento de mastócitos e de vascularização na região do melasma. Todos esses dados também contribuem com a formação das manchas. Por isso, passar protetor solar é fundamental.
Assim como as causas ainda não estão bem determinadas, o tratamento do melasma continua sendo um desafio. Desta forma, pequenas dicas do que podemos fazer no dia a dia são preciosas para evitar o surgimento ou o agravamento das manchas.
A luz azul
A luz azul se refere aos comprimentos de onda mais curtos ⁴ da luz visível (400 a 500 nm ⁵), assim como o violeta, e está presente não só na luz solar, mas também na tela de celulares, tablets, computadores e televisão, além da iluminação de LED.
Como esses dispositivos digitais estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia, há um interesse cada vez maior da ciência em saber os efeitos da exposição à luz azul.
A exposição longa a esses aparelhos aumenta potenciais efeitos nocivos ⁵ para as células da pele, como o estresse oxidativo, danos ao DNA, morte de células e tecidos, fotoenvelhecimento e, também, a hiperpigmentação.
Já se sabia, há décadas, de que a radiação UV era um fator desencadeante do melasma. Mas mesmo longe do sol, não estamos protegidas, pois a luz azul das telas
induzem a hiperpigmentação através da estimulação de um sensor específico em melanócitos.
Embora estudos revelem que a curto prazo ⁶ a luz azul não piora o melasma, devemos considerar que passamos algumas horas, todos os dias, em frente às telas. Assim, os efeitos a longo prazo, embora ainda não totalmente compreendidos ⁷, indicam que a luz azul pode induzir uma hiperpigmentação até mais significativa ⁸ do que a gerada pelos raios UVB.
Por isso, precisamos nos proteger! Usar protetor solar todos os dias, mesmo em dias nublados ou quando não vamos sair de casa, é essencial. Opte por protetores com base, que também ajudam a minimizar a aparência do melasma.
Outra dica bem simples é comprar películas bloqueadoras de luz azul e instalar nas telas de computadores e celulares. Além de não alterarem as cores que vemos nas telas, elas impedem que a luz azul danifique as células da nossa pele. Quer saber mais dicas de como cuidar do melasma? Fique atenta que em breve teremos mais posts!
¹ PASSERON, Thierry; PICARDO, Mauro. Melasma, a photoaging disorder. Pigment cell & melanoma research, v. 31, n. 4, p. 461-465, 2018.
² KAUH, Young C.; ZACHIAN, T. F. Melasma. In: Rheumaderm. Springer, Boston, MA, 1999. p. 491-499.
³ MCKESEY, Jacqueline; TOVAR-GARZA, Andrea; PANDYA, Amit G. Melasma treatment: an evidence-based review. American journal of clinical dermatology, v. 21, n. 2, p. 173-225, 2020.
⁴ REGAZZETTI, Claire et al. Melanocytes sense blue light and regulate pigmentation through opsin-3. Journal of Investigative Dermatology, v. 138, n. 1, p. 171-178, 2018.
⁵ JAULIM, S. Z.; YOO, J. Does High Energy Visible Light Emitted from Electronic Devices Cause Melasma?. Clinical and Experimental Dermatology, 2021.
⁶ DUTEIL, Luc et al. Short-term exposure to blue light emitted by electronic devices does not worsen melasma. Journal of the American Academy of Dermatology, v. 83, n. 3, p. 913-914, 2020.
⁷ COATS, Jahnna G. et al. Blue Light Protection, Part I—Effects of blue light on the skin. Journal of cosmetic dermatology, v. 20, n. 3, p. 714-717, 2021.
⁸ DUTEIL, Luc et al. Differences in visible light‐induced pigmentation according to wavelengths: a clinical and histological study in comparison with UVB exposure. Pigment cell & melanoma research, v. 27, n. 5, p. 822-826, 2014.
Siga nossas redes sociais:
Instagram: Clínica Martinez e Dra. Isabel Martinez
Facebook: Clínica Martinez
Youtube: Isabel Martinez