Com certeza você já fez ou conhece alguém que tenha aplicado toxina botulínica, o famoso botox. O que pouca gente sabe é que sua aplicação pode atingir diferentes objetivos, não apenas estéticos, mas também para melhorar a saúde e a qualidade de vida. Mas, primeiro: você sabe o que é toxina botulínica?
O que é toxina botulínica?
A toxina botulínica é uma proteína¹ produzida por uma bactéria chamada Clostridium botulinum. Nos humanos, essa proteína, injetada localmente em um músculo específico, bloqueia a transmissão dos impulsos nervosos² do cérebro até esse músculo, impedindo o movimento.
Para um músculo se mexer, o cérebro precisa enviar uma ordem para ele. Com a toxina botulínica, a mensagem com essa ordem não consegue chegar e, portanto, o músculo fica relaxado. Seu efeito é temporário e dura apenas alguns meses.
Por que aplicar toxina botulínica?
Desse modo, a maior parte das pessoas colocam botox para amenizar a aparência de rugas e de linhas de expressão³. As rugas são causadas por uma série de fatores: além da perda de colágeno ao longo dos anos, a má alimentação, o tabagismo⁴ e a exposição solar⁵ contribuem para o envelhecimento da pele.
Outro fator importante que causa marcas de expressão é a contração de alguns músculos do rosto de forma repetitiva e ao longo de toda a vida, que usamos para fazer expressões de alegria, tristeza, raiva, surpresa e tantas outras.
As mais comuns são as linhas verticais entre as sobrancelhas, os pés de galinha e as linhas na testa. É aqui que entra a toxina botulínica: o músculo fica relaxado e não consegue contrair. Assim, deixamos de formar novas rugas pela repetição de nossos movimentos. Embora existam cosméticos antirrugas, a aplicação de toxina botulínica pode atingir resultados mais satisfatórios.
Arrebitar a ponta do nariz
Para além de amenizar as rugas, a toxina botulínica tem outras aplicações. Uma delas é para arrebitar a ponta do nariz. Muitas pessoas gostariam de ter o nariz mais afinado e arrebitado.
No entanto, o uso de toxina botulínica não é recomendado para todas as pessoas. Quer saber se o botox é recomendado para afinar o seu nariz? Faça o teste a seguir! É simples, rápido e o melhor: pode ser feito em casa! Siga os passos a seguir.
Teste agora: a toxina botulínica pode me ajudar a arrebitar o nariz?
- Peça para alguém te olhar ou comece a se gravar;
- Fique de perfil, sorria e fale algumas frases;
- Depois, analise a gravação ou pergunte para a pessoa que te analisou o que ela observou;
- Pronto! Está feito o seu teste.
Se, enquanto você sorri ou fala, é possível perceber que a ponta do seu nariz vai para baixo, você tem indicação para afinar seu nariz com a toxina botulínica! Nesses casos, o botox aplicado paralisa o músculo depressor do septo o impedindo de se achatar e cair.
Assim, é feita uma elevação discreta da ponta do nariz. Lembrando que esse teste não substitui a avaliação de um médico. Por isso, não deixe de consultar seu dermatologista.
Se esse não é o seu caso, a toxina botulínica não é indicada, mas outros procedimentos estão disponíveis, como a rinomodelação e a rinoplastia. Pergunte ao seu médico o tratamento mais indicado para você.
Contorno do rosto
A toxina botulínica também é utilizada para melhorar o contorno do rosto⁶, podendo afiná-lo.
Algumas pessoas possuem o músculo da mastigação, chamado de masseter, mais largo, o que pode deixar a parte inferior do rosto mais volumosa. Isso é especialmente comum em asiáticos.
Já no pescoço⁷, um músculo chamado platisma também atua no contorno da face, uma vez que se estende até a mandíbula. Ao ser contraído, o músculo “puxa” o rosto para baixo, o que faz com que, com o passar dos anos, a mandíbula fique com uma aparência caída. O uso da toxina botulínica neste músculo, melhora o contorno da face e melhora a sensação de certo “derretimento” do rosto.
Outras aplicações
Além das aplicações mencionadas até aqui, a toxina botulínica também tem uma série de outras indicações, podendo ser usada para:
- Aliviar a transpiração excessiva⁸;
- Melhorar a aparência do sorriso gengival (em que a gengiva fica muito aparente);
- Reduzir a “celulite do queixo” e mudar o formato;
- Elevar os cantos da boca;
- Auxiliar no controle do bruxismo;
- Reduzir a vermelhidão causada pela rosácea.
Ressalto aqui duas coisas importantes. A primeira: se for realizar a aplicação de toxina botulínica, procure um médico de sua confiança. O procedimento é sensível, por isso, realize com profissionais qualificados e especializados na técnica. Também certifique-se que você não tem alergia ao produto. O botox não é indicado para gestantes, lactantes e pessoas com doenças neuromusculares.
Outro ponto: as mudanças que queremos em nossa aparência não devem vir a partir da sua comparação com os outros. Cada um de nós é único e tem a sua própria beleza. Sem contar que a felicidade vem de dentro. Por isso, certifique-se se você deseja realizar o procedimento.
Conseguiram realizar o teste? Quais outras dúvidas vocês têm sobre a toxina botulínica?
Referências
¹ JANKOVIC, Joseph; BRIN, Mitchell F. Therapeutic uses of botulinum toxin. New England Journal of Medicine, v. 324, n. 17, p. 1186-1194, 1991.
² DRESSLER, Dirk; SABERI, Fereshte Adib. Botulinum toxin: mechanisms of action. European neurology, v. 53, n. 1, p. 3-9, 2005.
³ SMALL, Rebecca. Botulinum toxin injection for facial wrinkles. American family physician, v. 90, n. 3, p. 168-175, 2014.
⁴ DANIELL, HARRY W. Smoker’s wrinkles: a study in the epidemiology of” crow’s feet”. Annals of internal medicine, v. 75, n. 6, p. 873-880, 1971.
⁵ THIERS, Bruce H. et al. The effect of aging and chronic sun exposure on human Langerhans cell populations. Journal of investigative dermatology, v. 82, n. 3, p. 223-226, 1984.
⁶ CHOE, Seong Wook et al. Effects of botulinum toxin type A on contouring of the lower face. Dermatologic surgery, v. 31, n. 5, p. 502-508, 2005.
⁷ CARRUTHERS, Jean; CARRUTHERS, Alastair. Aesthetic botulinum A toxin in the mid and lower face and neck. Dermatologic surgery, v. 29, n. 5, p. 468-476, 2003.
⁸ HECKMANN, Marc; CEBALLOS-BAUMANN, Andrés O.; PLEWIG, Gerd. Botulinum toxin A for axillary hyperhidrosis (excessive sweating). New England Journal of Medicine, v. 344, n. 7, p. 488-493, 2001.
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